IMPRIMA O ARTIGO

BREVE HISTÓRICO DA MATRIZ DE BARRA DE SÃO JOÃO

Casimiro foi batizado em 1847 na Capela de São João Batista, único templo católico existente àquela altura em Barra de São João. E apesar de não ter conhecido a Matriz da Sagrada Família, construída e inaugurada após a sua morte, há fatos comuns à sua vida e à história da matriz que merecem ser contados.

Pode-se estranhar a publicação deste artigo num blog sobre a vida e a obra de Casimiro de Abreu. Afinal, o poeta era falecido havia 15 anos quando se iniciou a construção da citada igreja, e 21 quando foi inaugurada. A estranheza, porém, se dissipa com a leitura de um segundo artigo aqui publicado, “Manoel da Fonseca Silva Júnior – Um filho de Rio das Ostras herói da Guerra do Paraguai”, que revela vários pontos convergentes entre as duas narrativas. Por exemplo: foram dois cidadãos de Rio das Ostras, Manoel da Fonseca Silva (pai do herói) e Joaquim Alves Moreira (avô de Feliciano Sodré), que contratados pelo governo provincial tocaram as obras da matriz; o herói era amigo íntimo de Casimiro; os pais do herói, Manoel e Joana, acolheram o imperador Pedro II em sua casa de Rio das Ostras; o Vigário João Ferreira Passos, que acompanhou as obras da matriz até inaugurá-la, foi  quem lavrou os termos de óbito de Casimiro e do pai deste, e last but not least, a laje de Joana, a mãe do herói, acha-se abandonada, jogada no chão do cemitério local, clamando por dignidade, como igualmente no chão e por longos anos, clamou a do Vigário João Ferreira Passos, que se esfarelou e foi lançada ao lixo.

1. O Decreto 1.577 de 31 de outubro de 1871 do governo provincial fluminense

Até 22 de setembro de 1881, quando se inaugurou a Matriz da Sagrada Família, os moradores do arraial, depois vila de Barra de São João, só dispunham da capela de São João Batista para realizar suas preces e obrigações religiosas. Tal situação se manteve inalterada mesmo após o ano de 1801, quando a capela passou a servir de matriz à Freguesia da Sacra Família de Ipuca, para ali transferida por ter-se arruinado a sua própria matriz, que existira na margem esquerda do rio São João, não muito longe da atual Fazenda Arizona, em Casimiro de Abreu (RJ). 

Posteriormente, em 1857, tendo os devotos do padroeiro local se congregado e formado a Irmandade de S. João Batista, os devotos da do Santíssimo Sacramento, por não terem ainda uma igreja dedicada à Sagrada Família, orago da Freguesia de Ipuca, precisaram, ao longo de 60 anos, fazer uso da capela para suas preces e reuniões, sem renunciar à ideia de terem a sua matriz votada à Sacra Família.

Finalmente, em 3 de novembro de 1871, o Diário do Rio de Janeiro publicou uma notícia que fez a felicidade dos referidos devotos; a de que três dias antes (31 de outubro), o presidente da província fluminense, Josino do Nascimento Silva, havia sancionado o Decreto no 1.577, pelo qual a assembleia legislativa o autorizava a “despender até 43:000$ com a construção da matriz de Barra de S. João”

Passados mais de dois anos, em 23 de março de 1874, o mesmo jornal informava que, divulgadas as condições impostas pelo governo e feita a licitação de praxe, a obra havia sido arrematada por Joaquim Alves Moreira e Manuel da Fonseca Silva, velhos vizinhos em Rio das Ostras, que representados por Domingos José Lopes Guimarães, procurador deles e de seus fiadores, haviam assinado no dia 23 do mês anterior com o então presidente da província, Manuel José de Freitas Travassos, o contrato que iria reger a execução dos trabalhos.

Percebe-se, pelos termos do referido contrato, que as negociações foram feitas com seriedade e rigor. Um de seus itens, por exemplo, o de no 17, estabelecia que, “Para garantir o fiel cumprimento deste contrato e o pagamento de qualquer multa em que possam incorrer os arrematantes, ofereceram os arrematantes Joaquim Alves Moreira e sua mulher, os prédios que possuem na vila da Barra de S. João, dos quais não poderão dispor, enquanto durarem os efeitos deste contrato”.

Ocorreu, porém, que um ano depois, o engenheiro do 2º distrito alertou para “a indispensável necessidade de serem alteradas algumas disposições do plano segundo o qual estava sendo executada a igreja matriz da freguesia de Sacra Família da Barra de S. João”. Diante disso, foi sugerido assinar-se um termo de renovação que corrigisse o contrato inicial, sugestão que as partes acataram. Tanto assim que, em 22 de novembro de 1875, o Diário do Rio de Janeiro informava que no dia 9 daquele mês, o já mencionado procurador assinara com o presidente da província, Francisco Xavier Pinto Lima, o “termo de novação do contrato de 23 de fevereiro de 1874”, que acrescentava ao orçamento inicial a quantia de “2:321$030 da despesa a fazer-se com as alterações precisas”.

A partir daí, ao que tudo indica, as obras recomeçaram e prosseguiram sem maiores problemas, como se depreende do Relatório do Presidente da Província do Rio de Janeiro referente ao ano de 1878: “Matriz da Vila de Barra de S. João ‒ A 20 de julho findo, foram recebidas definitivamente as obras de construção desta Matriz contratada com Joaquim Alves Moreira e Manoel da Fonseca e Silva em 23 de fevereiro de 1874 e 09 de novembro de 1875. Despendeu-se o valor contratado na importância de 43.021$030.”

Vale lembrar o 2º artigo do Decreto provincial que regeu as obras – “O produto da subscrição agenciada pela comissão por deliberação de 1º de Dezembro de 1870, será empregado na compra de alfaias e decoração da mesma matriz.” – e aproximá-lo de uma matéria publicada na página 299 do Almanack Laemmert de 1883, onde o assunto é Barra de São João: “A 20 de Janeiro de 1875, foi colocada a pedra fundamental para a nova Matriz mandada construir pelo Governo provincial, sendo os sinos, imagens e mais alfaias mandadas vir da Europa por meio de uma subscrição pelo povo da Freguesia.”

Vê-se que a construção da Matriz deve ser creditada não só à ação do governo provincial, mas também a uma exitosa campanha dos sanjoanenses por doações em dinheiro, visando à compra de paramentos, imagens e alfaias, e à encomenda dos sinos, que acabaram sendo fundidos na França.1

2. Quinta-feira, 22 de setembro de 1881: a sagração da Matriz

“Termo de Bênção e Sagração da Nova Matriz, edificada na Praça da Alegria, nesta Vila. (Folhas 17/17-v do Livro de Atas da Irmandade do Santíssimo Sacramento).

Ano do Nascimento do Nosso Senhor Jesus Cristo de mil oitocentos e oitenta e um. Reinando neste Império o Sr. D. Pedro 2º, sendo Bispo desta Diocese o Sr. D. Pedro Maria de Lacerda, Presidente da Província o Sr. Dr. Martinho Álvaro da Silva Campos, e Vigário desta Freguesia o Reverendo João Ferreira Passos: Achando-se reunidos na Capela de S. João Batista o mesmo Vigário e mais os Reverendos José Francisco Marques, Vigário da Cidade de Cabo Frio e Manoel Martins Teixeira, de S. Pedro d’ Aldeia e as Irmandades do Santíssimo Sacramento sob a presidência do seu Provedor, o Sr. José Rodrigues da Costa, e de S. João Batista, sob a presidência de seu irmão, o Sr. João Pereira d’Andrade e grande número de fiéis de ambos os sexos. Saíram as ditas Irmandades de cruz alçada e os Reverendos Padres com a da Tradição, todas em procissão para a nova Matriz na Praça da Alegria, às 10 horas da manhã, e satisfeitas as solenidades do Ritual de Paulo 5º nas bênçãos dos Templos sagrados, celebrou o nosso Reverendo Vigário a primeira missa no altar mor, auxiliado pelos dois Reverendos Vigários vizinhos, acompanhada de cânticos sagrados pelos fiéis que enchiam o templo. Acabada a missa, voltaram todos incorporados à capela donde tinha saído, convidando o nosso Reverendo Vigário as Irmandades e os fiéis para a Procissão e trasladação da nova imagem da Sacra Família, orago desta Freguesia de Ipuca do Rio de S. João, às 4 horas da tarde, e para um solene Te Deum ao recolher à nova Matriz, o qual teve lugar às 6 horas da tarde. Em seguida, e para constar, lavrou-se logo este termo, que assinam o Reverendo Vigário, a Mesa da Irmandade do Santíssimo Sacramento, e mais fiéis, comigo, Secretário da dita Irmandade que o escrevi. 

José Julio Lopes Gonçalves

Adendos: 1) O Juiz da Irmandade de S. João que presidiu é Manoel Joaquim d’Azevedo. 2) Na mesma Procissão, fez-se com todo o respeito e acatamento, a trasladação do Santíssimo Sacramento da Eucaristia levado debaixo do pálio pelo nosso Reverendo Vigário, com pluvial, e outros sacerdotes com dalmáticas, tudo de rico damasco e de seda branca e ouro, uma parte de outros igualmente ricos paramentos que os habitantes do Município ofertaram, com três sinos grandes para a nova Matriz.

O Secretário José Julio Lopes Gonçalves.

O Vigário João Ferreira Passos.

3. Um belo ofício de gratidão e agradecimento

“Ofício dirigido à Irmandade de S. João Baptista desta Paróquia, como se ordenou em Sessão de 25 de Agosto deste ano.” (Livro da Irmandade do Santíssimo Sacramento de Barra de S. João, folhas 18-v e 19.)

Ilmo. Manoel Joaquim de Azevedo 

M. D. Juiz da Irmandade de S. João Batista.

Consistório da Capela da Irmandade do Santíssimo Sacramento

junto à Capela de S. João Batista desta Vila,  

em 22 dias do mês de Setembro de 1881. 

“Ilustríssimo Senhor:

A benevolência e a generosidade com que os antigos devotos do glorioso São João Baptista, Patrono desta Vila, que mais tarde se congregaram em Irmandade de que V.S. é o digno Juiz, prestaram sua capela e alfaias para os atos do Culto Divino e de administração da Irmandade do Santíssimo Sacramento, de que hoje sou o humilde Secretário, no longo estádio de sessenta anos (60 anos) que as duas corporações, aliás, os devotos de uma e outra instituição estiveram em contínua convivência, mostra aos presentes e atestará aos vindouros a magnânima aquiescência com que se permitiam aqueles atos, e a consideração e o acolhimento com que eram recebidos. Que o digam os seus anais, onde não existe a menor reclamação que designe em tão longo tempo, a menor sombra de dissentimento, nem suspeita de enfado que afrouxasse os laços de fraternidade que uniam as duas corporações como não há exemplo nos tempos modernos. Sirva isso de incentivo, admiração e respeito aos nossos sucessores, assim também se reconheça e acentue com louvor, o quanto é necessária toda concórdia e harmonia, na convivência das duas corporações na mesma comunidade, e as conveniências que se derivam daí para o melhor serviço de Deus, dando uma, com generosa amizade, quanto podia à outra, que tudo recebia sem exigências que pudessem tirar o merecimento a tamanho auxílio, sempre espontâneo. É-me honroso, pois, registrar aqui, por ordem da Mesa de que faço parte, a gratidão que penhorará perpetuamente a Irmandade do Santíssimo Sacramento desta Paróquia ao despedir-se hoje da sua companheira de tantos anos, para recolher-se à Matriz edificada pelo governo da Província; assegurando a V.S. e a seus honrados companheiros de administração, que vai nos corações de todos os nossos irmãos uma suave saudade dos melhores tempos de florescimento da nossa Irmandade devida à vossa cooperação e ao muito que sempre vos mereceu, quando é pouco o que ela pode hoje oferecer-vos, continuando porém a prestar-vos o seu coração e suas joias e alfaias para os atos da vossa capela da qual leva a mais esplendorosa recordação que a sua história terá registrado.  Deus guarde Vossa Senhoria.2

José Julio Lopes Gonçalves

4. Primeira reunião na nova Matriz

“Termo de tomada de contas e sua aprovação, e Posse da Mesa eleita para o ano de 1881 a 1882 (Livro de Atas da Irmandade do Santíssimo Sacramento, folhas 18 e 18-verso)

Aos nove dias do mês de outubro do ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil oitocentos oitenta e um, às 11 horas da manhã, achando-se reunida a Mesa administrativa desta Irmandade resignatária e a novamente eleita, sob a presidência do Secretário José Julio Lopes Gonçalves, no Consistório da nova Matriz, foram presentes pelo Tesoureiro João Cândido Pereira Lima, e lidas pelo Secretário, as contas do ano gestivo de 1880 a 1881, que mostraram ser a Receita de Rs773$560 e a Despesa de igual quantia. Examinadas atentamente todas as verbas e suas autorizações, foram encontradas regulares, e em seguida aprovadas unanimemente, dando-se nesta ata e no livro das Contas, plena quitação no dito Tesoureiro. Na mesma ocasião declarou o Secretário haver cumprido o que esta Mesa lhe determinara em Sessão de 25 de agosto passado, e que as pessoas que devotadamente coadjuvaram no coro a celebração da Festividade de trasladação da Irmandade para esta Matriz, e a do Augusto Orago que tanto veneram, foram as Ilustríssimas Senhoras D. Florinda de Sá Pereira de Souza3 e D. Balbina Reis, e os Ilustríssimos Srs. Bernardino José Fernandes dos Reis4 e Henrique Xavier Rebello. Em seguimento declarou o irmão Presidente que achando-se cumprido o disposto no que era necessário à prestação de contas deste ano, convidara-se a nova Mesa para ser empossada dos seus cargos. E achando-se ela em número legal para isso, foi-lhe dada a Posse dos seus cargos, assinando todos os seus membros com os consignatários, esta ata, como é mister. E não havendo mais nada a tratar-se, mandou o Presidente lavrar e assinar esta ata, que eu, João Cândido Pereira Lima, Secretário interino, subscrevo e assino.

Presidente interino, José Júlio Lopes Gonçalves; Secretário interino, João Cândido Pereira Lima; Procurador, Bernardino José Fernandes dos Reis; Procurador, Bernardo José de Araújo; Mesários, Bernardino Rodrigues Vieira, Luiz Antônio Nogueira da Silva, Antônio Ferreira de Mello, Bernardino Antônio do Outeiro, Antônio José Pereira Júnior, Francisco Militão Gomes, João Machado de Faria, João Maria Baptista Machado, Leopoldino Honorato Lopes, Anastácio Pereira de Azevedo. Assinam também, Francisco Espiridião Pereira de Andrade, Domingos da Silva Coelho, Antônio Lopes da Silva e Antônio Gonçalves Teixeira Basto.”

NOTAS

1) São três sinos iguais no desenho. Dois iguais e grandes, maiores que o terceiro. Os três trazem gravado: “Matriz da Barra de São João – Anno 1881 – Dubuisson Callois Fondeur à Paris”. Hoje, os grandes estão na Matriz, e o menor na Capela, para onde foi levado em 1992, durante as obras de restauro ali realizadas.

2) Ouvem-se às vezes, de alguns moradores de Barra de São João, demonstrações de estranheza pelo fato de um dos três sinos (o pequeno) ter sido levado para a torre da Capela de São João Batista. No entanto, quando se lê o texto a que demos o título de “Um belo ofício de gratidão e agradecimento”, passa-se a ver com naturalidade e simpatia a transferência de um dos sinos da Matriz visando a embelezar a Capela. 

3) Florinda de Sá Pinto de Magalhães (1844-1890), que aos 16 anos fizera bater mais forte o coração do bravo Fonseca Júnior, havia-se casado em 1866 com Joaquim Luiz Pereira de Sousa, e era agora mãe de um mocinho de 12 anos, Washington Luiz, que veio a se tornar Presidente da República. Pois bem, como se vê pelo texto acima, a agora Sra. Pereira de Sousa, que era afilhada de batismo do pai de Fonseca Júnior, fez parte do Coro que abrilhantou com suas vozes a cerimônia de inauguração da Matriz da Sagrada Família.

4) Bernardino José Fernandes dos Reis foi o tabelião que em 11 de outubro de 1860, na Fazenda do Indaiaçu, redigiu o testamento que Casimiro de Abreu lhe ditou sete dias antes de despedir-se da vida.

5. Uma altiva reunião realizada em 1913

“Aos dezesseis dias do mês de Outubro do ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, de mil novecentos e treze (1913), reunida a mesa administrativa da Irmandade do Santíssimo Sacramento no consistório da Igreja Matriz desta Cidade, sob a presidência do Irmão Provedor Eduardo José dos Santos Oliveira, pelo mesmo foi declarado” que a finalidade daquela reunião era tratar de três assuntos, o terceiro dos quais, “deliberar se deve ou não serem trasladados os restos mortais de Cazemiro José Marques de Abreu, para o que o Irmão Provedor apresentou o seu parecer do teor seguinte:

“Parecer – Sou de parecer que a Irmandade do Santíssimo Sacramento não deve anuir na trasladação dos ossos do nosso conterrâneo e laureado poeta, Cazemiro J. M. de Abreu, para Nitheroy, visto como, foi em uma casa desta Cidade que ele soltou os primeiros vagidos e mais tarde seus ternos e melancólicos cânticos. A Irmandade com os fracos recursos que dispõe, fez erigir um modesto jazigo para seu repouso perpétuo, como também modesto, foi sempre o saudoso poeta em seus cânticos sentimentais, não pode, não deve portanto se despojar desta relíquia. Sou de opinião que a mesa oficie ao Coronel Belmiro Furtado de Carvalho, visto ser ele o intérprete neste negócio, que a Irmandade pensando maduramente assim resolveu; mas, que aceita qualquer resolução que o Estado queira tomar neste sentido com a condição porém de ser feito o mausoléu no lugar onde se acha o seu modesto jazigo, por administração de pessoa de confiança da referida Irmandade ou do próprio Estado do Rio de Janeiro. A mesa deliberará. Barra de S. João, dezesseis de Novembro de mil novecentos e treze. O Provedor Eduardo Santos.”

O Parecer foi aprovado por unanimidade, e a Ata, assinada pelos seguintes Irmãos: Provedor, Eduardo José dos Santos Oliveira; Secretário, Antônio José Valente; Tesoureiro, Domingos Tardelli; Procurador, Aquilino da Costa Borges. Assinam também: José de Almeida Duarte, Luiz de Almeida Duarte, José Rodrigues Pereira Pompeu, Antônio Moreira de Souza Júnior e Pedro Fernandes de Aguiar.

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